Creatina realmente muda o corpo durante o treino de força?

A creatina é um dos suplementos mais estudados e utilizados no mundo da nutrição esportiva. Sua eficácia para melhorar o desempenho físico é bem estabelecida, mas até que ponto ela realmente altera a composição corporal de quem treina? Essa é a pergunta central deste novo estudo publicado no Journal of Strength & Conditioning Research.

🎯 Objetivo do estudo

A pesquisa teve como foco avaliar o impacto da suplementação de creatina nas mudanças de composição corporal induzidas por treinamento de resistência (musculação). Para isso, os autores realizaram uma revisão sistemática com meta-análise, compilando resultados de vários estudos clínicos randomizados comparando grupos com e sem creatina.

A pergunta-chave:

Quem treina com musculação e suplementa com creatina ganha mais massa magra ou perde mais gordura do que quem treina sem creatina?


🧪 Metodologia

Foram analisados creatine trials que atendiam a critérios rigorosos:

  • Estudos com intervenções de musculação por pelo menos 6 semanas;

  • Grupos comparativos com creatina vs. placebo ou controle;

  • Avaliação de massa corporal magra (LBM), massa gorda (FM) e peso corporal (BW).

🔍 A meta-análise incluiu 50 estudos com mais de 1.200 participantes, homens e mulheres, com idades entre 18 e 65 anos, saudáveis e engajados em protocolos regulares de treino de resistência.


📈 Principais achados

Ganho de massa magra (Lean Body Mass – LBM)

  • Suplementar com creatina resultou em um aumento médio de +1,14 kg na massa magra.

  • Intervalo de confiança: 0,69 a 1,59 kg (estatisticamente significativo, p < 0,001).

  • Esse efeito foi consistente independentemente do sexo, idade ou duração do treino.

⚖️ Peso corporal total (Body Weight)

  • A creatina levou a um pequeno aumento no peso total (+0,74 kg).

  • Isso é esperado, já que a creatina aumenta retenção de água intramuscular e contribui para mais massa magra.

📉 Massa gorda (Fat Mass – FM)

  • Nenhuma diferença estatisticamente significativa foi observada na redução de gordura corporal com a creatina.

  • Em resumo: a creatina não reduz gordura diretamente, mas ajuda na recomposição corporal via ganho de músculo.


🧬 Interpretação fisiológica

A creatina age aumentando os estoques de fosfocreatina intramuscular, o que permite treinar com mais volume, intensidade e recuperação. O resultado? Maior estímulo hipertrófico e, consequentemente, mais ganho de massa magra ao longo do tempo.

Além disso:

  • Pode melhorar a função neuromuscular.

  • Aumenta hidratação celular e sinalização anabólica.

  • Melhora a resistência à fadiga, permitindo treinos mais eficientes.


💬 Conclusão dos autores

“A suplementação com creatina, combinada ao treino de resistência, promove aumentos superiores na massa magra em comparação ao treino isolado. Seus efeitos são consistentes em diferentes populações e protocolos.”


🔍 Considerações importantes

  • A creatina não é um suplemento queimador de gordura, mas ajuda indiretamente a melhorar o metabolismo corporal por favorecer a hipertrofia.

  • Não há efeitos adversos relevantes relatados nos estudos analisados.

  • Pode ser usada por homens e mulheres, jovens e adultos, com segurança e eficácia.


📌 Aplicações práticas

✅ Se o objetivo é:

  • Ganhar massa muscular

  • Melhorar performance nos treinos

  • Acelerar recomposição corporal

A creatina é altamente recomendada como suplemento aliado ao treino de força.

💊 Dose padrão:

  • Fase de saturação (opcional): 20g/dia por 5-7 dias

  • Fase de manutenção: 3-5g/dia contínuo


📄 Acesse o estudo completo

Você pode acessar o artigo oficial aqui:

🔗 Leia no site do Journal of Strength & Conditioning Research

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